quinta-feira, maio 14, 2009

Sobre COR e RAÇA

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Sempre que começo meu passeio pela internet, é fato que leio em primeira mão o blog do meu amigo, Reinaldo Azevedo. Ele tem sempre algo muito relevante para dizer e  diz de maneira como nenhum outro jornmalista  faz. É VENIAL, DIDÁTICO, SIMPLES, PURO, HONESTO, ÉTICO... Eu poderia me estender por mais alguns adjetivos, que ainda assim, seria pouco.
Sou fã, fazer o quê? ELE É O CARA!
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Mas, fiquem com o texto.
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O ATAQUE RACISTA DE UM DEPUTADO NEGRO CONTRA UM NEGRO
O deputado Carlos Santana (PT-RJ) preside a comissão que analisa na Câmara o Estatuto da Igualdade Racial, de que trato longamente no post abaixo. O deputado Carlos Santana é negro. Há quem acredite que só um negro tenha condições de analisar com justeza questões raciais. Um branco certamente carregaria consigo a herança do mandonismo, não é? Assim, deve-se entregar a comissão àquele que seria herdeiro dos sofrimentos da escravidão... Vejam vocês, leitores, o que os neo-racistas estão fazendo com o Brasil.
Ontem, assistimos na Câmara a uma coisa muito grave. Um assessor parlamentar fazia o trabalho regular numa comissão, que consiste, se me permitem a tautologia, em assessorar os assessorados. No caso, o rapaz passava informações a deputados que se opunham a aspectos do estatuto. Pois o deputado Carlos Santana, aos berros, deu-lhe um pito, nestes termos: “Gostaria que o nobre assessor se retirasse da bancada. Para minha tristeza, é um negro”. Para assistir ao filme do espetáculo grotesco, clique aqui. Depois Carlos Santana se desculpou: “Fernando, quero te pedir desculpa em público pela minha postura, que não foi uma postura de presidente”. É! Não foi a postura de um presidente de comissão, obrigado a agir com equilíbrio entre as partes discordantes. Mas, quem sabe, essa é uma obrigação a pesar apenas nas costas de presidentes de comissão que sejam brancos... Mas isso é o de menos. Não é difícil demonstrar o caráter racista — e, pois, criminoso — da fala do deputado. Vamos às questões todas que sua fala implica: a – Fernando, porque negro, estaria impedido de fazer aquele trabalho de assessoria: b – porque negro, Fernando deveria, necessariamente, concordar com o estatuto; c – porque negro, Fernando não pode ter uma opinião individual, devendo se subordinar àquelas que seriam as diretrizes gerais para todas as pessoas que têm a mesma cor de pele; d – porque negro, Fernando pode levar um pito racial de outro negro; e – se um negro, porque negro, tem de ser favorável ao estatuto, então um branco, porque branco, tem de ser contrário; f – Fernando, claro, foi humilhado por uma autoridade. Mas, negro que é, foi humilhado por uma autoridade também negra. Logo, a humilhação entre negros pode ser admitida como parte do trabalho de correção racial; g – se Santana se coloca como “negro” numa comissão, os brancos deveriam se colocar como “brancos”?; h – o que aconteceria se um deputado branco repreendesse um assessor branco de um deputado negro pró-cotas nestes termos: “Para minha tristeza, é um branco”? As coisas estão tomando um rumo detestável. Como vocês sabem, se aprovarem todas as leis de cotas que estão no Senado, as instituições federais de ensino terão apenas 40% das vagas disputadas segundo o mérito. Alguém se lembrará, a tempo, de avançar também sobre elas. No centro dessa questão, está a mistificação sobre o real perfil da sociedade brasileira no que diz respeito à cor da pele, já que raça não existe. Praticamente a metade da população brasileira é formada de mestiços — em vários graus de mestiçagem. Essa quase metade foi seqüestrada pela militância racialista, que afirma que a maioria dos brasileiros é formada por negros — mentira: eles são 6% da população. E, dessa mentira, nascem outras tantas. Ontem, um deputado gritava na tal comissão que bastava olhar para o Congresso para perceber que os negros estão sub-representados. Será? Se os mestiços, segundo os racialistas, integram a suposta maioria negra do Brasil, então, ao se analisar a cor da pele dos parlamentares, é preciso proceder do mesmo modo. O que não vale é considerar negro o mestiço quando se quer fazer uma maioria na sociedade e considerar esse mesmo mestiço um branco quando se quer provar que há discriminação no Congresso. Ademais, Câmara e Senado são eleitos pela população. É uma eleição, não uma nomeação. Encerro com algumas perguntas:
- só os brancos podem cometer crime de racismo?;
- negros também não podem ser racistas?;
- os negros não podem, inclusive, ser racistas com os próprios negros?
Carlos Santana nos fez vislumbrar ontem o caminho do desastre. PS: Ah, sim: botei, confesso, o nome de Carlos Santana no Google. Um dos resultados que me chegaram é este, de 9 de março deste ano: A disputa mais recente [entre partidos da base aliada] se dá em torno do Refer, fundo de pensão dos funcionários da Rede Ferroviária Federal, e envolve o PR do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Nascimento quer trocar o comando petista do Refer. Não será tarefa fácil. O PT tomou conta da diretoria no início do primeiro mandato do presidente Lula e mantém ali até a ex-mulher do deputado Carlos Santana (PT-RJ). Tânia Regina Ferreira é diretora de Seguridade do fundo. "Ela foi indicada pelo movimento sindical da CUT (Central Única dos Trabalhadores)", explicou Santana, eximindo-se da responsabilidade pela indicação. Santana sabe muito bem que o principal problema do Brasil está longe de ser a cor da pele dos brasileiros. O principal problema, hoje em dia, é mesmo a corrosão do caráter.

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