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OBAMA E TIO REI: FINALMENTE, JUNTOS!
Está um pouquinho atrasado, sei disso. Mas não resisto. Abaixo, destaco alguns trechos do discurso de Barack Obama, pronunciado no dia 11, em sua visita a Gana. Volto depois.
“Este é um novo momento de grandes promessas. Para realizar esta promessa, nós devemos primeiro reconhecer a verdade fundamental que vocês deram vida em Gana: desenvolvimento depende de um bom governo. Este é o ingrediente que esteve faltando em muitos países, por muito tempo. Esta é a mudança que pode fazer o potencial da África desabrochar”.
“A história oferece um veredicto claro: governos que respeitam a vontade do seu povo são mais prósperos, mais estáveis e tem mais sucesso que os governos que não respeitam”.
“Países como o Quênia, que tinha uma economia maior que a Coréia do Sul quando eu nasci, foram ultrapassados. Doenças e conflitos destruíram partes do continente africano. Em muitos lugares, as esperanças da geração do meu pai deram lugar ao cinismo e até desespero”.
Voltei Leram direitinho? O discurso foi feito em Gana, mas a mensagem, como ficou claro, foi destinada a todo o continente — especialmente à África subsaariana. Pois bem. Lembram-se da chamada crise de grãos de julho do ano passado? Alardeou-se mundo afora que o continente africano seria o mais prejudicado. E foram buscar a culpa nos países ricos. Este blogueiro escreveu, então, um artigo intitulado O contingente e o estrutural. Abaixo, segue um trecho. Raramente apanhei tanto. De “reacionário” a “racista”, sobrou xingamento pra todo lado. Leiam. Comento depois.
A África será o continente mais vitimado pela fome? Certamente. Porque já é. Porque é o mais pobre, mas também porque é o que concentra a maior quantidade de ditadores do planeta. O que mata mais no Zimbábue? A resposta: Robert Mugabe. Por mais que os países ricos decidam investir na África, todo esforço será inútil se o dinheiro for parar em paraísos fiscais, na conta de gorilas assassinos e chefes de gangue. O esforço humanitário no continente deveria ser, antes de tudo, político. Mas quem se importa? Quem garante hoje a permanência de Mugabe no poder? É o presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, que também lidera o Congresso Nacional Africano. Ele é hoje mais perverso com os negros da Antiga Rodésia do que era o regime do apartheid sul-africano. A crise de alimentos pode, sim, ser especialmente perversa na África - porque qualquer crise de alcance global será sempre especialmente perversa no Continente. Os fatores contingentes podem ter resposta igualmente contingentes. Mas o problema, por lá, é estrutural. O déficit de democracia é muito maior do que o de grãos. Comento Pois é. Qual é a diferença entre o que se disse aqui e o discurso de Obama? Nenhuma! Ou, vá lá, há uma pequena: eu posso dar nome aos gorilas, e ele, por razões diplomáticas, não. Se escrevi o que escrevi porque, disseram, sou um “reacionário”, Obama disse o que disse porque é um “progressista”, certo?
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