Lula defendeu publicamente o presidente do Senado até quando lhe foi conveniente para garantir
(foto: Sérgio Lima/Folha Imagem)
Mas vou me permitir discordar do título do post em seu blog. Concordo porém, em gênero, número e grau quanto ao todo de seu pensamento, Sarney e seus famigerados familiares, são uns fofos mafiosos. FATO!
Veja também publicou algo no mesmo sentido, falando da rendição de Sarney.
Não sejamos ingênuos, porém.
Sarney continuará comandando a pocilga em BSB, Maranhão e Amapá, tanto quanto o PT e os PTralhas, comandarão os grandes fundos de pensões estatais por muitos e muitos anos. Estando ou não no poder.
Vamos ao texto e eu comento em outro post.
O caso do coronel
Lúcia Hipólito
As mais recentes denúncias sobre as estripulias do senador José Sarney
estão longe de ser as últimas e apontam na mesma direção de todas as
anteriores: a privatização de recursos e espaços públicos em benefício
próprio. Ou de sua família. E o desprezo às leis do país.
Senão vejamos.
Distraído, Sarney não reparou que recebia mensalmente R$ 3,8
mil de auxílio-moradia, mesmo tendo mansão em Brasília e tendo à disposição
a residência oficial de presidente do Senado.
Culpa da burocracia do Senado.
Distraidíssimo, Sarney esqueceu de declarar sua mansão de R$ 4 milhões à
Justiça Eleitoral.
Culpa do contador.
Precavido, requisitou seguranças do Senado para proteger sua casa em São
Luís – embora seja senador pelo Amapá.
Milionário (embora o Maranhão continue paupérrimo), não empregou duas
sobrinhas e seu neto em suas inúmeras empresas. Preferiu que se empregassem
no Senado.
*Milionário generoso, não quis deixar a viúva de seu motorista ao relento.
Empregou-a para servir cafezinho no Senado, em meio expediente, com salário
de R$ 2,3 mil. Ah, e alojou-a em apartamento na quadra dos senadores.
Generoso, não impediu que seu outro neto fizesse negócios milionários com
crédito consignado no Senado.
Ainda generoso, entendeu que um agregado da família deveria ser também
empregado como motorista do Senado – salário atual de R$ 12 mil – mas
trabalhando como mordomo na casa da madrinha, sua filha e então senadora
Roseana Sarney.
Aliás, Roseana considerou normal convidar um grupo de amigos fiéis para um
fim de semana em Brasília – com passagens pagas pelo Congresso.
Seu filho, Fernando Sarney, o administrador das empresas, que sequer é
parlamentar, considerou normal ter passagens aéreas de seus empregados pagas
com passagens da quota da Câmara dos Deputados.
Patriarca maranhense, ocupou as dependências do Convento das Mercês, jóia
do patrimônio histórico, e ali instalou seu mausoléu. O Ministério Público
já pediu a devolução, mas está complicado.
Não é um fofo?
Um dos mais recentes escândalos cerca justamente a Fundação José Sarney,
que se apoderou das instalações do Convento das Mercês. Consta que R$1.300
mil captados através da Lei Rouanet junto à Petrobrás, para trabalhos
culturais na Fundação José Sarney foram.... desviados.
Não há prestação de contas, há empresas-fantasmas, notas fiscais
esquisitas.
Enfim, marotice, para dizer o mínimo. Mas Sarney alega que só é presidente
de honra da Fundação.
Culpa dos administradores.
E o escândalo mais recente (na divulgação, não na operação): Sarney seria
proprietário de contas bancárias no exterior não declaradas à Receita
Federal. Coisa do amigão Edemar Cid Ferreira, amigão também da governadora
Roseana Sarney a quem, dizem, costumava emprestar um cartão de crédito
internacional.
Coisa de gente fina.
Em suma, acompanhando as peripécias de José Sarney podemos revelar as
entranhas do coronelismo, do fisiologismo, do clientelismo. Do arcaísmo.
Tudo isto demora a morrer. Estrebucha, solta fogo pela venta. Mas um dia
desaparece.
Tal como os dinossauros.
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