domingo, setembro 28, 2008

Obama era melhor de futuro do que é de presente

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O vídeo acima é, sim, da campanha de John McCain. Antes de vê-lo, peço que leiam o texto abaixo. Há muita gente brava comigo, alguns furiosos, porque afirmei que McCain estava vencendo o debate contra Barack Obama. E explico o tempo do verbo: escrevi enquanto rolava o confronto. Mas não fui só eu, não. Até a CNN deixou isso mais ou menos claro ao fim do encontro. A mesa formada por jornalistas chegou à mesma conclusão. Pesquisas feitas aqui e acolá sobre o debate têm valor muito relativo. O espectadores da Fox News dirão uma coisa, os da já citada CNN, outra. A dúvida que todos devemos ter, os que torcemos para um ou para outro, é em que medida esses encontros interferem na escolha do eleitor. Ora, por que escrevi que McCain estava vencendo e sustento agora, com o verbo no passado, que “venceu”? Por duas razões básicas, uma evidenciada como fato e outra que era apenas potência. Huuummm... Vamos lá: a) Fato – as respostas de McCain foram melhores e mais objetivas do que as de Obama sobre rigorosamente todos os assuntos, especialmente defesa e política externa. Em economia, os dois estão feito baratas tontas; b) Potência – Que é que há, gente? A noite era de Obama, não é mesmo? Quem é que pode ser apontado — ainda que seja injusto — como herdeiro de Bush e caudatário da crise? McCain. Alguém dirá, por mais obamista que seja, que o candidato democrata se comportou como o franco favorito? Alguém dirá que ele utilizou bem essa vantagem? Especialmente no que concerne à defesa, Obama parecia um colegial: muito respeitoso, muito dedicado, sem dúvida de nariz empinado (como sempre), ciente de suas qualidades intelectuais — mas, ainda assim, um aluno. Sua resposta sobre o Irã foi CA-TAS-TRÓ-FI-CA. Não conseguiu se livrar da pecha de homem que senta para debater com terroristas sem precondições. Até porque ele reafirmou que o faria, evocando... Henry Kissinger! No auge de sua ousadia, evoca um republicano? E em situação absolutamente distinta? Quando os EUA estabeleceram relações com a China, o país não era um estado terrorista e ainda contribuía para isolar a ex-URSS. Ademais, há o que apontei ontem e que está computado e documentado num blog da republicaníssima Fox News — só que é verdade: as vezes — nove!!! — em que Obama afirmou que seu adversário estava certo. Como apontou um jornalista da New Yorker e da CNN (ver post do começo da madrugada), eis algo “idiota” a se fazer num debate. Até porque o mantra de McCain era outro: “O senador Obama não entende que...” Eis Obama:
“Well, I think Senator McCain’s absolutely right that we need more responsibility, but we need it not just when there’s a crisis.” “Not willing to give up the need to do it but there may be individual components that we can’t do. But John is right we have to make cuts. We right now give $15 billion every year as subsidies to private insurers under the Medicare system. Doesn’t work any better through the private insurers. They just skim off $15 billion.” “Well, Senator McCain is absolutely right that the earmarks process has been abused, which is why I suspended any requests for my home state, whether it was for senior centers or what have you, until we cleaned it up.” “He’s also right that oftentimes lobbyists and special interests are the ones that are introducing these kinds of requests, although that wasn’t the case with me.” “Now, John mentioned the fact that business taxes on paper are high in this country, and he’s absolutely right.” “Senator McCain is absolutely right that the violence has been reduced as a consequence of the extraordinary sacrifice of our troops and our military families.” “And, John, I — you’re absolutely right that presidents have to be prudent in what they say.” “Now, Senator McCain is also right that it’s difficult. This is not an easy situation.” “Senator McCain is absolutely right, we cannot tolerate a nuclear Iran.” Finalmente Obama, dada a realidade americana, continua a ser o favorito. Mas duvido que seus próprios partidários não tenham se decepcionado ontem. E a razão é simples: nos embates com Hillary Clinton, nas primárias, ele sempre falava de utopias, de um futuro glorioso, posto em algum lugar das nossas (sim, do mundo) esperanças. Os impulsos de generosidade, os nossos, também enganam e se enganam. Ontem, era preciso falar de propostas, de respostas práticas. E elas não vieram ou foram de uma timidez constrangedora.
Por Reinaldo Azevedo * Tirado do blog do Rei é assim... A gente assina embaixo e ponto.

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