. Por Ruth Costas, no Estadão:
A contagem regressiva para qualquer eleição na Venezuela nos últimos anos tem sido marcada pelo ritmo das ameaças do presidente Hugo Chávez a opositores. Esta semana não deve ser diferente. Num clima polarizado, os venezuelanos preparam-se para ir às urnas no dia 23 para eleger os governadores de 22 Estados, 338 prefeitos e 233 parlamentares estaduais.
Chávez ameaça prender opositores e colocar as tropas nas ruas se perder no Estado de Carabobo. A oposição o acusa de usar a máquina estatal para fazer campanha. Até aí nada que não tenha sido visto antes. A grande novidade dessas eleições, dizem os analistas, é que, dessa vez, os grupos opositores têm a oportunidade de voltar a conquistar espaços dentro do Estado venezuelano.
"Os adversários de Chávez estão mais confiantes desde que venceram o referendo de dezembro, no qual foi rejeitado o projeto de Constituição que ampliava os poderes do presidente e lhe permitia reeleger-se indefinidamente", disse ao Estado Francine Jácome, do Instituto Venezuelano de Estudos Sociais.
Até essa ocasião, Chávez havia saído vitorioso de seis votações consecutivas. Entre elas, a eleição legislativa de 2005, que foi boicotada pela oposição, permitindo a formação de um Legislativo 100% chavista. "Os opositores podem brigar por ao menos uma fatia do poder, aproveitando o descontentamento com o governo por questões como a insegurança e a má gestão da economia - ainda mais evidente com a queda do preço do barril do petróleo", completa Francine.
Pesquisas recentes dão à oposição boas chances de conquistar de quatro a oito Estados - hoje ela só tem dois. Em pelo menos mais dois Estados há uma disputa acirrada entre chavistas e dissidentes e, nos restantes - a maioria - ,aliados de Chávez estão na frente. "Mas a vitória e a derrota serão definidas menos por uma questão numérica que pelo peso econômico e populacional dos Estados, ou seu valor simbólico", explica Luís Vicente León, do instituto de pesquisa Datanálisis.
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segunda-feira, novembro 17, 2008
Oposição busca virada sobre Chávez
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