quinta-feira, novembro 20, 2008

Quem dá mais por essa PF?

PF EM AÇÃO

19/11/2008

Gravação

Gravação mostra como PF afastou Protógenes »

Em reunião tensa, delegado da Satiagraha foi duramente criticado por superiores

Na reunião realizada em 14 de julho passado na sede da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, dois superiores do delegado Protógenes Queiroz o afastaram do comando da Operação Satiagraha -que seis dias antes levara à prisão o banqueiro Daniel Dantas e o investidor Naji Nahas.

O delegado foi acusado, no encontro, de conduzir uma ação repleta de irregularidades e "fora dos padrões", além de omitir informações sobre os mandados de prisão. Foi questionado também se privilegiou a Rede Globo quando da prisão do ex-prefeito Celso Pitta.

Quando Protógenes deixou a investigação, a direção da PF vazou trechos de quatro minutos da gravação do encontro, que tem duas horas e 55 minutos, e divulgou a versão de que o delegado saiu porque quis. À época, a PF lamentou em nota "a distorção dos fatos".

A íntegra da gravação revela que o delegado tentou se manter por mais 30 dias no comando da operação, ao mesmo tempo em que freqüentaria um curso de formação profissional na academia da PF, em Brasília.

Tentou também continuar auxiliando formalmente os novos delegados do caso. Os dois pedidos foram negados. Num dos trechos vazados pela PF em julho, Protógenes aparecia pedindo "desculpas" aos seus chefes e dizendo que decidira participar do curso em Brasília. Mas o vazamento suprimiu um trecho fundamental da reunião que esclarece a decisão subseqüente do delegado.

O áudio registra que primeiro houve longo e tenso debate de mais de duas horas, que girou basicamente em torno do vazamento da operação no dia em que foi deflagrada. Houve cobranças do ministro da Justiça, Tarso Genro, para que fosse apurado o vazamento.

Protógenes tentou contemporizar, mas não conseguiu demover os chefes da idéia de abrir inquérito sobre o vazamento. Vencida essa etapa, o superintendente da PF em São Paulo, Leandro Coimbra, e o diretor de combate ao crime organizado da direção geral da PF, Roberto Troncon Filho, entraram na fase mais delicada da discussão, a permanência ou não de Protógenes no caso.

A decisão começa a ser tratada às duas horas e 19 minutos de gravação. Coimbra perguntou se Protógenes e os delegados que o apoiavam, Carlos Pellegrini e Karina Murakami, teriam condições de concluir o inquérito "até sexta-feira". A reunião ocorreu numa segunda-feira. Protógenes respondeu: "30 dias".

A idéia do delegado era intercalar o curso na academia com seu trabalho no inquérito que averiguava suposta gestão fraudulenta do grupo Opportunity.

Nesse período, aguardaria os resultados da análise do material apreendidos em buscas e apreensões nas casas dos investigados. Contou aos superiores que já havia combinado com advogados de defesa que poderia tomar depoimentos aos domingos, "inclusive para preservar a imagem" dos réus. O superintendente imediatamente opôs-se à idéia. Primeiro disse que havia aulas aos sábados.

Em seguida, argumentou que Protógenes estava "personificando" a investigação. Ele afirmou: "Sábado tem aula. O problema é parecer que é pessoal".

Nesse momento, interveio Troncon. Pouco antes, havia feito duro diagnóstico sobre o que acreditava ser "uma paranóia" de Protógenes. Disse que ele estava disseminando "uma virose" que estaria "contaminando" a PF. Falava ainda em "resolver" o assunto. Disse ter ficado "chateado" com os delegados da Satiagraha pois fora mantido à parte da operação.

Protógenes argumentou que queria "preservar" o delegado.

Disse que ele e equipe foram "perseguidos" em Brasília, o que justificaria sua prevenção.

O áudio demonstra que Troncon não aceitou discutir a possibilidade de Protógenes continuar à frente da investigação. Contou que havia "conversado" com o delegado Coimbra, momentos antes do encontro.

Troncon usou como argumento as críticas que a imprensa vinha fazendo ao trabalho de Protógenes. Mas deixou claro que o delegado deveria deixar o caso. "Tem que despersonificar a investigação. A investigação é do órgão (...) Ainda que você [Protógenes] dê a sua colaboração, porque você é o cara que mais sabe desse negócio, mas assim ó, fora dessa situação", disse Troncon, que exerce uma das cinco diretorias vinculadas ao diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa.

Protógenes argumentou: "É muito pelo contrário. Não está personificada, tem quatro delegados nessa investigação". Troncon reagiu. "Não, a gente tem que pensar. Eu concordo com o Leandro (...) A gente discutiu um pouco antes. A gente tem que sair desse foco da personificação. (...) Quem está no período da dedicação exclusiva ao curso, a freqüência das aulas.

Por que vamos abrir para o Queiroz? (...)", disse Troncon. Mais adiante, Troncon afirmou: "Se você conseguir relatar até sexta-feira, mas prosseguir numa situação... É dar lenha na fogueira. Certamente prosseguirá como fonte de consulta, como apoio. (...) Mas continuar tocando o inquérito...".

Ouça íntegra da reunião da cúpula da PF com Protógenes

Fonte: Folha de S. Paulo

comento

Conta-se que o grande sofista Protágoras, aquele que disse não haver a Verdade, e sim a verdade individual, a verdade de cada um, e que o homem é a medida de todas as coisas, foi o primeiro mestre que cobrou honorários pelos ensinamentos que ministrava. Antes dele, os mestres. recebiam apenas as dádivas voluntárias dos seus discípulos. Protágoras inaugurou a fase do ensino pago. No entanto, um de seus alunos, o discípulo chamado Evalthus, era muito pobre e não podia pagar o curso de jurisprudência que pretendia fazer. Então, fizeram ambos um contrato, pelo qual Evalthus pagaria o seu curso, de uma só vez, se ganhasse a sua primeira causa. Conta-se que Evalthus, concluído o curso, não passou a advogar, até que, um dia, perdida a paciência, Protágoras ajuizou contra ele uma ação de cobrança, dizendo que o discípulo, sabendo o mestre muito velho, estava esperando que ele morresse, para furtar-se ao pagamento. E a fundamentação da ação de cobrança era de que agora, naquele tempo, Evalthus pagaria de qualquer modo. Protágoras, se ganhasse a ação, receberia em virtude da sentença, e, se perdesse, receberia em virtude do contrato, porque Evalthus havia ganho a sua primeira causa. Parecia irrespondível. Mas Evalthus contestou a ação, dizendo que não estava esperando que o mestre morresse, e, sim, que ele ajuizasse aquela ação. Porque, agora, não pagaria mais. Se vencesse a ação, estaria desonerado pela sentença, pois esta atribuiria um valor a ser cobrado ao mestre Protágoras em virtude de sua perda judicial. E se perdesse, nada deveria, em razão do contrato, porque havia perdido a sua primeira causa. As duas teses, o que pode diferir é o ponto de vista do profissional do meio jurídico que, diante de um caso prático, terá de optar entre um ou outra. O direito não deve ser tratado feito uma ciência exata, como querem os mais apegados à fria letra da lei.

De Sanctis e os Protógenes da vida, devem estar se achando os baluartes da Corte. Tão acima do bem e do mal, metem os pés pelas mãos, em nome do povo e da "ordem". Alto lá, meus filhos. Eu não dei autorização para ou outorguei autoridade para agirem em meu nome, quando se trata de achacar a Carta Magna. Para mim e todos aqueles que a respeitam, ela é simplesmente irretocável e a ninguém será dado o direito de compurscá-la.  Isso é o resultado da baixa qualidade de nossas Universidades proselitistas

Não fico chocada de ver a boçalidade estampada de maneira sórdida no profissional que deveria atuar de maneira técnica e científica. O que choca é ver que parte da sociedade, revistas e jornais que poderiam frear essa corja, fica mudinha.

 Ulisses Guimarães deve estar se revirando, onde quer que esteja, completamente louco de raiva. Como é que pode, tanto trabalho em favor da Democracia e vem um punhadinho de Ptralha, espalha, se infiltra em todos os meios possíveis e inimagináveis, criando essa monstruosidade em diversos setores da sociedade, da vida pública e jurídica?

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