Infidelidade: uma questão tecnológica?Voz Ativa2
Num artigo de seis páginas, intitulado “A hora do corno”, a revista Superinteressante divulgou, na edição 263 de março 2009, uma matéria que trata de um velho tema com uma abordagem nova. A matéria sobre infidelidade conjugal, que começa com a questionável frase: “Estamos traindo mais. Mas a culpa não é nossa” é no mínimo inusitada. Confortável para todos os infiéis mortais, não?
Longe de querer fazer apologia ao adultério, os relacionamentos extraconjugais sempre existiram e nunca se ouviu alguém culpar o cavalo, o ônibus ou o trem que levava o amante até a casa do corno. Antigamente não existiam os meios de comunicação hoje disponíveis e a realidade social era outra, mas a infidelidade e a promiscuidade sempre estiveram presentes na sociedade. Antes, tudo acontecia em segredo; agora é até chique ter amante, muitas vezes disfarçado de "personal-qualquer-coisa" ou um affair.
A infidelidade encontra lugar nos mais diversos momentos históricos. A prostituição é talvez seja a vilã mais antiga. Profissões como tropeiros, caixeiros viajantes, pilotos, comandantes de embarcações, sempre foram uma tentação para as aventuras fora do casamento. E nos casos de filhos do “coroné” com as “negrinhas”, filhos com a empregada, ou com a cunhada, qual seria a ferramenta culpada?
Quando inventaram o telefone imagino como as esposas pularam. Mais um vilão para destruir a família! Mas a infidelidade nunca dependeu nem de energia elétrica! E o que dizer da camisinha, da pílula e da emancipação da mulher? E agora? Coitada da Internet! Ela também não é culpada, o Viagra muito menos.
Acredito que há um certo folclore quanto à idéia de ser corno, há até quem ache isto engraçado, mas acho que esquecemos os conceitos de amor, de família, dignidade e respeito há muito tempo. Se há algum culpado, certamente não é o celular, a internet, ou sei lá o que. Não adianta sair por aí quebrando o celular ou o PC do parceiro. As ferramentas culpadas pelo adultério sempre estiveram por aí, são inerentes ao ser humano. Agora se ele algum dia vai conseguir domar seus hormônios é outra estória.




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