No Estadão Online: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira, em Salvador, que “não há conclusão” sobre a ligação entre um homem detido em São Paulo e a rede extremista Al-Qaeda. De acordo com reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal Folha de São Paulo, o suspeito seria do “alto escalão” da Al-Qaeda e ligado ao setor de comunicações internacionais do grupo. O jornal diz ainda que a prisão seria resultado da cooperação entre a Polícia Federal e o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos.Questionados pela BBC Brasil sobre a suposta ligação do homem com a Al-Qaeda, porta-vozes da Polícia Federal, do Ministério da Justiça e do Palácio do Planalto se limitaram a afirmar que a investigação é sigilosa, mas não negaram a possibilidade. O governo não confirma se a ligação do cidadão estrangeiro com a Al-Qaeda está sendo investigada.
“Não tem nenhuma conclusão para acusar a pessoa do que quer que seja”, disse o presidente Lula, logo após um encontro com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em Salvador. “Pela própria matéria (da Folha), parece que a denúncia não partiu do Brasil, e sim de fora”, disse Lula”Acho desrespeitoso alguém de fora dar palpite sobre um cidadão, independentemente de sua origem, que foi preso e está sendo processado sob segredo de Justiça e que alguém de fora tenha dado palpite sobre as coisas brasileiras”, disse o presidente.A Polícia Federal confirmou, em nota, que um cidadão estrangeiro foi preso no dia 26 de abril por “propagação de mensagens com conteúdo racista pela internet”. A nota diz ainda que “a prática era difundida em uma rede pessoal de relacionamento, com membros de outros países, conduta que ensejou a entrada da PF na investigação”.A Polícia Federal, no entanto, disse que não comentaria sobre a suposta ligação do cidadão estrangeiro com a rede Al-Qaeda. Também não foram informadas sua identidade e nacionalidade. “A investigação corre sob segredo de Justiça”, diz a nota.Procurada pela BBC Brasil, a CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA), por meio de uma porta-voz, se recusou a comentar o caso.
Crime O especialista em Direito Penal e professor da Univali, João José Leal, diz que o crime de terrorismo não está claramente tipificado na legislação brasileira. Segundo ele, definir o crime de terrorismo “é uma tarefa complexa” e que apenas os países mais desenvolvidos - sobretudo Estados Unidos e Europa - já o fizeram. “O cidadão teria que cometer algum outro crime tipificado em nossa legislação, como homicídio ou um atentado contra o patrimônio público”, diz. Ainda de acordo com o especialista, os estrangeiros legais que cometem crimes em território brasileiro devem responder apenas à legislação local. A extradição, por exemplo, só acontece se aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
É da Al Qaeda, sim! Ou: Tarso transforma terror em mera “corrente de opinião”
terça-feira, 26 de maio de 2009 | 21:38
A pessoa em questão, que, a esta altura, ninguém sabe se está solta (o mais provável) ou presa é, sim, membro da Al Qaeda. Como bem sabe a cúpula da Polícia Federal. Como bem sabe o Ministério Público, a despeito do que toda essa gente diga em público. E, se quiserem saber, a coisa está fedendo agora mais do que antes.
Releiam esta frase de Tarso Genro: “Se esse cidadão tem ou não relações políticas e ideológicas com países ou com correntes de opinião no mundo, isso, para nós, não é uma questão institucional ou legal.” Como é que é?
Quer dizer, agora, que a Al Qaeda, o terrorismo islâmico, é, assim, uma mera “corrente de opinião”, é isso? Um estrangeiro é preso no Brasil sob a acusação formal, em princípio, de racismo, e pouco importam as suas vinculações?
A propósito: está em curso uma operação para “lavar” o crime da pessoa em questão. Em vez de terrorista, seria um “neonazista”. É mentira. As duas coisas são graves. Mas um neonazista seria uma dessas doenças anacrônicas da civilização. O terrorismo jihadista é hoje a principal ameaça do mundo.
Atentemos agora para a fala de Lula: “Pela própria matéria [da Folha], parece que a denúncia não partiu do Brasil, e sim de fora. Acho desrespeitoso alguém de fora dar palpite sobre um cidadão, independentemente de sua origem, que foi preso e está sendo processado sob segredo de Justiça e que alguém de fora tenha dado palpite sobre as coisas brasileiras”.
Que bobagem! Que estupidez! Volto à resolução do Conselho de Segurança da ONU: o combate ao terrorismo não é uma questão de gosto. O Brasil não pode, se quiser, por uma questão de, como é mesmo?, soberania, acoitar esses facínoras. Ou pode: desde que se coloque no grupo dos países simpáticos ao terror. Bem… Nosso currículo na área já começa a ser extenso, não é mesmo?
Quanto ao dotô advogado, num dos posts abaixo, que teceu considerações sobre a dificuldade de se definir o que é ou não terror, dizer o quê? Ou o Brasil acata a Resolução 1371 da ONU ou se coloca como pária, como nação marginal.
Lula e Tarso estão furiosos porque essa questão deveria permanecer em sigilo. E agora vazou. É a lama!
Nenhum comentário:
Postar um comentário